Especialista da Universidade de Sydney, na Austrália, lançou uma proposta que visa exigir a cobrança de uma licença para fumar.
O objetivo do projeto, apresentado na revista Plos One Medicine, é limitar o acesso aos produtos do tabaco e incentivar os fumantes a desistir do vício.
O processo de cadastramento poderia até incluir um exame para descobrir se o fumante entendeu os riscos do tabagismo, e sua licença, registrada em um cartão magnético, iria limitar suas compras, talvez a 50 cigarros ou menos por dia.
A licença permitiria que os fumantes definissem limites diários, daria incentivos financeiros para a entrega de licença permanente e aumentaria o conhecimento dos riscos do cigarro para a saúde.
"A licença para fumar pode parecer um passo radical para acabar com a epidemia de doenças causadas pelo tabaco, mas é muito menos radical do que a que proíbe a venda de cigarros, que não é uma estratégia que tem sido apoiada por todos os relatórios de especialistas internacionais. A licença permite que os fumantes continuem a fumar dentro de um quadro regulamentar", explica o responsável pelo projeto Simon Chapman.
Segundo Chapman, a licença seria mais viável para países de alta renda, que estão ativamente perseguindo metas de controle do tabaco.
Normas da licença
O projeto proposto pelo pesquisador consiste em um cartão magnético que os fumantes teriam que obter, de forma semelhante a uma carteira de motorista. Nenhum varejista poderia vender produtos de tabaco a ninguém que não tivesse o cartão.
As penalidades para venda a pessoas não licenciadas seriam severas, como, por exemplo, a ameaça da perda da licença, como ocorre hoje no caso de medicamentos restritos vendidos sem receita médica.
Cada fumante licenciado teria seu próprio limite diário de cigarros e teria que se submeter ao inconveniente da renovação periódica da sua licença.
Ele também sugere uma recompensa financeira para os fumantes que deixarem o vício.
Como um incentivo para largar o cigarro, todas as taxas de licença pagas durante a história de um fumante licenciado seriam totalmente reembolsáveis, com juros compostos. A entrega da licença seria permanente e não seria permitido recadastrar-se.
"O projeto iria marcar o tabaco como um produto exclusivamente merecedor de tal regulamento e convidar fumantes a refletir sobre o porquê da introdução desta política. Este passo pode diminuir a visão de que o tabagismo é apenas outro risco corriqueiro da vida", conclui Chapman.