Durante o 3º Seminário Saúde da Trabalhadora Gestante, realizado em Alagoas, nesta semana, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) apresentou a cartilha " A Saúde das Trabalhadoras Gestantes" , que será utilizada nas unidades de saúde como ferramenta para orientar as trabalhadoras gestantes.
A publicação foi elaborada pela médica do trabalho Verônica Padilha e a técnica de enfermagem Adriana França e traz informações importantes sobre a possibilidade de as gestantes continuarem suas atividades profissionais mesmo no período de gravidez.
No evento, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) reuniu profissionais para apresentar a Política Nacional do Trabalhador e Trabalhadora, publicada pelo Ministério da Saúde (MS), com a finalidade de efetivar as atividades realizadas nos municípios a partir de estratégias observadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é monitorar as ações desenvolvidas com as trabalhadoras gestantes nos municípios prioritários do programa de Redução da Mortalidade Materna.
Necessidades da gestante no trabalho
" Uma das primeiras ações que o Cerest estadual realizou, mediante a portaria do Ministério da Saúde, foi a avaliação da entrevista com 21 gestantes alagoanas para listar as principais necessidades, as dificuldades no ambiente de trabalho, as situações favoráveis e desfavoráveis e o grau de insatisfação no trabalho. Esses dados são fundamentais para alinhar as ações de forma mais próxima das trabalhadoras" , comentou Gardênia Santana, diretora da Vigilância em Saúde do Trabalhador.
De acordo com o questionário realizado na Maternidade Santa Mônica e no Centro de Saúde Drº. Osvaldo Brandão Vilela, as gestantes listaram a necessidade de um maior tempo de descanso, estirar as pernas, ir frequentemente ao banheiro, mudar de setor, ficar mais tempo sentada, fazer exames periódicos, reduzir a carga horária, dividir as tarefas com outra pessoa e ter água potável, mesa, cadeira, alimentação e banheiro em seu ambiente laboral.
" São relevantes os cuidados e a proteção, desde o início da gravidez, pois evitam abortos espontâneos e as más formações congênitas. Muitas vezes, a falta de conhecimento da trabalhadora gestante de seus direitos trabalhistas, faz com que a mesma tenha uma jornada de trabalho exaustiva, podendo prejudicar a formação de seu bebê" , disse Gardênia Santana.
" Alertamos que as futuras colaboradoras atentam as datas do fluxo menstrual e realizem o exame beta HCG e ultrassonografia e que leve os resultados ao médico do trabalho para arquivo no prontuário médico" , explicou a médica do trabalho Francine Souza Loureiro.