Cientistas da Rockefeller University, nos EUA, descobriram que a combinação de anticorpos é capaz de reduzir a presença do vírus HIV no organismo de camundongos por períodos prolongados.
Os resultados mostraram que o tratamento com os anticorpos teve eficácia mais duradoura que as drogas antirretrovirais convencionais.
O tratamento em fase de testes utilizou cinco potentes anticorpos monoclonais, idênticos que foram administrados em camundongos "humanizados", que dispõem de um sistema imunológico idêntico ao humano, permitindo que sejam infectados com o vírus HIV. A técnica pode evitar que novas células sejam contaminadas.
A equipe de pesquisa, liderada pelo brasileiro Michel Nussenzweig observou que, desde que foi iniciado o tratamento, a carga viral dos animais foi reduzida para níveis abaixo dos detectáveis, e assim se mantiveram por até 60 dias após o término do tratamento.
Os pesquisadores, então, compararam os resultados com cinco anticorpos com os obtidos ao tratar os animais com uma combinação de três anticorpos monoclonais e, também, com um tratamento com um único anticorpo.
Eles notaram que ao tratar os roedores com três anticorpos, o HIV se manteve em níveis baixos por até 40 dias após o fim do tratamento, enquanto o tratamento com um anticorpo só permitiu que o vírus não fosse detectado durante o tempo em que o camundongo estava recebendo o tratamento, o que foi cerca de duas semanas.
Os resultados mostraram que tanto a terapia com anticorpos quanto as drogas antirretrovirais foram eficazes em manter a carga de vírus em níveis baixos. No entanto, os pesquisadores notaram que quando o tratamento chegou ao fim, o vírus voltou a proliferar em poucos dias nos indivíduos tratados com medicamentos. Os animais que estavam recebendo os anticorpos, porém, permaneceram sem sintomas por mais tempo.
Os cientistas ressaltam que, apesar dos resultados, ainda são necessários testes clínicos que permitam avaliar a eficácia do tratamento em humanos e medir os efeitos sobre a infecção em longo prazo.