Simulações de computador forneceram suporte matemático para a famosa hipótese de que os seres humanos evoluíram em relação aos macacos porque as avós ajudavam a alimentar seus netos.
A " Hipótese da Avó" diz que quando as fêmeas no fim da idade fértil passaram a alimentar os netos após o desmame, suas filhas tiveram tempo para produzir crianças em intervalos mais curtos; além disso, as mulheres passaram a viver mais tempo após a última menstruação, porque as fêmeas ancestrais que viraram avós conseguiram passar adiante os genes da longevidade.
Esta teoria foi o passo inicial para tornar-nos quem somos, afirma Kristen Hawkes, professora de antropologia da Universidade de Utah e principal autora do novo estudo, publicado nesta quarta-feira (24) na Proceedings of the Royal Society B.
As simulações que levaram em conta apenas a participação das avós, sem envolver variáveis como tamanho do cérebro ou expectativa de vida, ajudaram a comprovar que a partir da idade adulta, as criaturas simuladas na pesquisa viviam mais 25 anos, como os chimpanzés vivem hoje. Depois de 24 a 60 mil anos que as avós começaram a cuidar de seus netos, as criaturas que chegaram à idade adulta passaram a viver mais 49 anos.
Muitas teorias antropológicas afirmam que o aumento do tamanho do cérebro dos nossos antepassados foi o principal fator da evolução humana. Neste estudo, a autora propõe que: "ter uma avó nos tornou mais sociáveis, com tempo para dedicar atenção aos outros integrantes do grupo. Isso serviu de base para a evolução de características humanas, como a ligação entre casais, a cooperação, o aprendizado de novas habilidades e o consequente aumento do cérebro.