Cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, descobriram que crianças adotadas por casais homossexuais apresentam desenvolvimento normal assim como aquelas adotadas por casais heterossexuais.
A equipe analisou casos de 82 crianças consideradas "de risco" que foram adotadas no estado da Califórnia, 60 por pais heterossexuais e 22 por homossexuais (sendo 15 por homens e 7 por mulheres).
A idade das crianças na época da adoção era de 4 meses a oito anos e a dos pais, de 30 a 56 (além disso, 68% eram casados ou moravam com um parceiro).
Os pesquisadores avaliaram tanto as crianças quanto os pais adotivos nos períodos de 2 meses, 1 ano e 2 anos depois da adoção.
Os filhos passaram pela análise de um psicólogo clínico nas três ocasiões, enquanto os pais completaram questionários sobre o comportamento das crianças.
Os resultados mostraram poucas diferenças entre as crianças, em qualquer das avaliações ao longo do período de dois anos após a adoção.
As pontuações em testes de quociente de inteligência (QI) subiram em média 10 pontos em todas as crianças após a adoção. Antes de serem adotadas, elas já tinham múltiplos fatores de risco, entre eles nascimento prematuro, exposição a drogas durante a gestação, abuso ou negligência e moradia inconstante.
"As crianças apresentaram ganhos significativos tantos nas famílias heterossexuais, quanto naquelas compostas por gays e lésbicas. O desenvolvimento cognitivo melhorou substancialmente, enquanto seus problemas de comportamento e desenvolvimento social ficaram estáveis", destaca o autor da pesquisa Justin Lavner.
O estudo foi publicado na revista American Journal of Orthopsychiatry.
"As crianças adotadas por pais gays e lésbicas tinham mais desafios antes de serem adotadas e ainda assim apresentaram o mesmo nível de desenvolvimento, o que é impressionante", afirma a coautora Letitia Anne Peplau.
Em tempos em que muitas crianças passam anos esperando por um lar, o estudo indica uma perspectiva positiva que mostra que a adoção por casais homossexuais pode ser uma boa opção. "Não há base científica para se discriminar pais gays e mães lésbicas", concluem os pesquisadores.