Estudo conduzido por pesquisadores brasileiros e canadenses mostra que a prática de exercícios físicos é a maneira mais eficiente para reduzir os sintomas da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que não tem cura. Além disso, educação e assistência psicológica ajudam a amenizar os problemas causados por ela, como ansiedade e depressão.
Os pesquisadores apresentaram um resumo da colaboração que já está sendo realizada por eles durante o simpósio de abertura da FAPESP Week 2012, nesta semana, em Toronto.
Para Dina Brooks, da Universidade de Toronto, uma consequência imediata do diálogo com o Brasil foi a constatação de que 90% dos pacientes de DPOC também sofrem de asma, cujo tratamento é área de especialidade de Celso Ricardo Fernandes Carvalho.
Um dos primeiros resultados da pesquisa faz parte do acordo de cooperação entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e as Universidades de Toronto e Western Ontário, no Canadá. O trabalho também é realizado em conjunto com as equipes dos professores Celso Ricardo Fernandes Carvalho, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e Dina Brooks, da Universidade de Toronto na área de tratamento de doenças respiratórias com atividades físicas.
Terapia
De acordo com a pesquisa, a constrição brônquica provocada pela asma costuma aumentar durante ou logo após a prática de exercícios físicos, o que leva muitos enfermos a diminuí-la ou mesmo eliminá-la.
Com isso, é comum ocorrer obesidade ou sobrepeso entre asmáticos, causas de piora de sua condição geral de saúde e de agravamento da própria asma, pois quanto mais aptos fisicamente eles estiverem, menores e menos frequentes os sintomas, segundo pesquisas de Carvalho já comprovaram.
Elas também mostram que quanto mais grave for a constrição, maior é a recuperação do paciente que se trata com terapia física. Uma pesquisa de 2011 revela que pessoas que apresentavam sintomas em um dia a cada dois antes de passar por fisioterapia, passaram a apresentá-los em um dia a cada sete após os trabalhos de recuperação física.
Embora já se saiba que exercícios aeróbicos, como caminhada e bicicleta, e fortalecimento muscular são muito eficientes, Carvalho e Brooks dizem que ainda é necessário pesquisar mais para saber exatamente quais tipos de exercício podem ser mais produtivos.