Fumar no carro, mesmo com as janelas abertas ou o ar condicionado ligado, cria uma poluição que excede os limites oficiais "seguros" propostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para um ar interior de qualidade. É o que mostra estudo de pesquisadores da Escócia.
A pesquisa, publicada no Bristish Medical Journal, revela ainda que este nÃvel de poluição interior afeta a saúde das crianças passageiras do veÃculo.
Os pesquisadores da Universidade de Aberdeen realizaram medições durante 85 viagens de carro que tiveram duração média de 27 minutos.
Os nÃveis de material particulado fino foram medidos a cada minuto próximo aos passageiros de trás durante as viagens feitas por fumantes e não fumantes.
As medições foram feitas usando um monitor de aerossol que é frequentemente implementado para avaliar a exposição passiva à fumaça, colocado à altura da cabeça da criança.
Nos trajetos de fumantes, a taxa de material particulado alcançou uma média de 85 microgramas/m3, dez vezes superior ao nÃvel observado nos trajetos de não fumantes que foi de 7,4 µg/m3 em média.
A OMS fixou seu limite médio de concentração de particulados em um máximo de 25 µg/m3 para um ar interior de qualidade.
O aumento da taxa de partÃculas finas no ar é um fator de risco para diversas doenças cardiovasculares e respiratórias, assim como para o câncer de pulmão.
"As crianças são mais expostas ao risco porque têm uma frequência respiratória mais rápida e um sistema imunológico menos desenvolvido, além do que não podem se distanciar da fonte de tabagismo, estejam em um carro ou em casa", afirma o pesquisador Sean Semple.
Neste sentido, os autores do estudo manifestaram seu apoio à proposta de proibir o tabaco nos carros, apresentada em 2010 pelo Royal College of Physicians, organismo britânico que representa mais de 20 mil médicos.