Uma população de aproximadamente 270 índios passaram a contar com o serviço Unidade Básica de Saúde (UBS) no leste de Minas Gerais. Na nova unidade, o atendimento será realizado por uma equipe multidisciplinar da Estratégia Saúde da Família (ESF), que oferecerá serviços essenciais como clínica geral, ginecologia, cardiologia, pediatria, assistência odontológica, exames preventivos e procedimentos de imunização.
Também foram entregues um automóvel pick-up e de uma moto para o transporte da equipe de saúde entre a cidade sede e a aldeia.
Para o secretário municipal de Saúde do município de Resplendor, Marcos Tavares Duarte, a UBS chega, sobretudo, para desafogar as outras quatro equipes de ESF do município. " Antes, os indígenas tinham que se deslocar para Resplendor para serem atendidos. Agora, na própria aldeia eles serão acolhidos com conforto em um ambiente humanizado" , frisou.
A assistência aos povos indígenas em Minas Gerais é conduzida pela SES-MG, por meio CESI-MG. Segundo a coordenadora da CESI-MG, Simone Faria de Abreu, são desenvolvidos projetos que se transformam em programas de ação continuada, com cada um deles visando a uma temática de saúde em que a população indígena se encontra fragilizada.
Entre os programas e ações desenvolvidos está o "Registro e Resgate da Medicina Tradicional Indígena" . Neste programa, são realizadas ações de cultivo de horta com plantas medicinais utilizadas pelos índios, viveiro, minhocário e quarto de secagem, além do registro oficial desse conhecimento, em nome do detentor do saber, classificado por etnia. "O programa busca manter a tradição do uso das plantas medicinais próprias da sua cultura, o que propiciará a redução de gastos em medicamentos alopáticos e a sobreposição de uso com plantas medicinais", observa Simone.
" O programa ainda dispõe de recursos para construção de estrutura física para as atividades psicossociais, religiosas, culturais e recreativas na aldeia e, ainda, para a aquisição de material esportivo e recreativo" , afirma Simone. Além disso, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), denominados Agentes Indígenas de Saúde (AIS), são os próprios indígenas, moradores da aldeia. Isto significa que eles são responsáveis pelas visitas, marcação das consultas e por identificar as demandas de saúde da comunidade.