Uma equipe internacional de pesquisadores conseguiu rejuvenescer, pela primeira vez, músculos de camundongos. A pesquisa, que revela a existência de um fator chave responsável pela reparação muscular em declÃnio durante o envelhecimento, pode levar a abordagens que retardam o desgaste do tecido nos seres humanos.
O estudo avaliou células-tronco encontradas no interior dos músculos que são responsáveis por reparar ferimentos a fim de descobrir por que a flexibilidade muscular declina com a idade.
Um tipo de reservatório adormecido deste tipo de célula pode ser encontrado dentro de cada músculo e elas estão prontas para serem ativadas através de exercÃcios para curar os danos de machucados. Para isso, podem se dividir em centenas de novas fibras, que reparam o tecido. Ao final do processo, algumas reabastecem o reservatório para que, desta maneira, o músculo possa reter a capacidade de se recuperar novamente no futuro.
Os pesquisadores realizaram um estudo em ratos velhos e descobriram que o número de células-tronco adormecidas presentes no reservatório diminui com a idade, o que poderia explicar a redução da capacidade do músculo para se reparar e regenerar à medida que envelhece.
Quando estes músculos velhos foram rastreados, a equipe descobriu nÃveis elevados de FGF2, proteÃna que tem a capacidade de estimular as células a se dividir. No entanto, eles notaram que FGF2 pode despertar as células do reservatório, mesmo quando não era necessário. A ativação contÃnua de células-tronco adormecidas causou um esgotamento do reservatório, então, quando o músculo realmente precisava de células-tronco para se regenerar, não foi capaz de responder corretamente.
Após esta descoberta, os pesquisadores tentaram inibir FGF2 nos músculos de animais envelhecidos para prevenir o reservatório de células-tronco de entrar em ação quando não fosse preciso. Ao administrarem uma droga inibidora da proteÃna, conseguiram evitar o declÃnio do número deste tipo de célula nos animais testados.
"Prevenir ou reverter perda de massa muscular na terceira idade em humanos ainda está um pouco distante, mas este estudo mostrou, pela primeira vez, um processo que poderia ser responsável para a perda de massa muscular relacionada à idade", afirma o autor da pesquisa Albert Basson, do King's College London, no Reino Unido.
Segundo os pesquisadores, a descoberta abre a possibilidade de desenvolver tratamentos para tornar os músculos velhos jovens novamente. "Se conseguirmos fazer isso, podemos ser capaz de permitir que as pessoas viver com mais mobilidade e independência à medida que envelhecem", conclui Basson.