Cientistas do Cancer Research UK identificaram uma variante genética hereditária que aumenta o risco de câncer de mama em homens em até 50%.
A descoberta sugere que as causas da doença podem variar entre mulheres e homens.
O trabalho é parte de um dos maiores estudos sobre o câncer de mama masculino, em que os pesquisadores analisaram o código genético de 823 pacientes com a doença para variantes genéticas chamadas "polimorfismos de nucleotÃdeo único" (SNPs). O objetivo era encontrar SNPs que são mais comuns em homens com a doença.
Embora o câncer de mama masculino tenha um perfil público muito menor do o feminino, cerca de 350 homens são diagnosticados com a doença no Reino Unido a cada ano.
Pesquisas anteriores mostraram que mutações no gene BRCA2 estão envolvidas em um em cada 10 cânceres de mama masculinos. Mas um dos fatores de risco mais fortes conhecidos para a doença é ter um membro da famÃlia do sexo masculino com a doença. Assim, os pesquisadores já suspeitavam que outros fatores genéticos herdados poderim estar envolvidos.
Agora, eles descobriram que uma variação especÃfica no gene RAD51B poderia ser ainda mais significativa do que BRCA2, aumentando as chances de um homem de desenvolver câncer de mama em 50%.
RAD51B, assim como BRCA2, ajuda a reparar o DNA danificado no interior das células. Mutações em RAD51B foram previamente ligadas ao risco de câncer de mama em mulheres, mas a nova variante está em uma parte diferente do gene da versão "feminina".
Segundo o lÃder da pesquisa Nick Orr, o trabalho representa um salto para a compreensão do câncer de mama masculino. "Isso mostra que, embora existam semelhanças com câncer de mama feminino, as causas da doença podem trabalhar de forma diferente nos homens. Isso levanta a possibilidade de diferentes formas de tratar a doença especificamente para os homens", conclui Orr.