Pesquisadores da Universidade da Geórgia, nos EUA, aumentaram a eficácia de medicamentos utilizando nanopartículas para entregar drogas a uma organela específica dentro das células.
Visando as mitocôndrias, muitas vezes chamada de centro de energia das células, os investigadores aumentaram a ação terapêutica de drogas usadas para tratar câncer, Alzheimer e obesidade em estudos com cultura de células.
"A mitocôndria é uma organela complexa que é muito difícil de ser alcançada, mas estas nanopartículas são projetadas de modo que fazem o trabalho certo no lugar certo", explica a autora sênior Shanta Dhar.
Dhar e seus colegas utilizaram um polímero biodegradável para a fabricação das nanopartículas e, em seguida, utilizaram as partículas para encapsular e testar medicamentos para o tratamento várias condições.
Para testar a eficácia do seu sistema de direcionamento de drogas contra o câncer, eles encapsularam a droga lonidamina, que funciona inibindo a produção de energia nas mitocôndrias.
Em seguida, eles trataram células cancerosas em cultura e descobriram que o direcionamento para a mitocôndria aumentou a eficácia das drogas em mais de 100 vezes quando comparadas com as drogas sozinhas.
Da mesma forma, o composto curcumina mostrou ser promissor na inibição da formação de placas amiloides que são características do Alzheimer. Ao encapsular curcumina nas nanopartículas, os investigadores foram capazes de restaurar a capacidade das células cerebrais em cultura para sobreviver, apesar da presença de um composto que estimula a formação de placas. Quase 100% das células tratadas com as nanopartículas sobreviveram na presença do composto.
Finalmente, os pesquisadores encapsularam o medicamento anti-obesidade 2,4-DNP, que trabalha tornando a produção de energia na mitocôndria menos eficiente. Os testes mostraram que as nanopartículas reduzem a produção de gordura por células conhecidas como pré-adipócitos em 67%.
"Muitas doenças estão associadas com mitocôndrias disfuncionais, mas muitos dos medicamentos que atuam sobre a mitocôndria não alcançam a organela. Em vez de tentar alterar as drogas, o que pode reduzir sua eficácia, as encapsulamos nestas nanopartículas e as entregamos diretamente na mitocôndria", afirma o pesquisador Sean Marrache.