Equipe de pesquisadores da Universidade da California, nos EUA, desenvolveu um dispositivo capaz de detectar o vÃrus da Aids dormente escondido em células humanas.
A abordagem vai permitir compreender e superar um dos mecanismos menos conhecidos da infecção pelo HIV, a latência persistente do vÃrus.
O novo método permite controlar precisamente o ciclo de vida das células do indivÃduo infectado com o vÃrus da Aids e melhorar o tratamento de pacientes infectados.
Os atuais medicamentos antirretrovirais não matam o HIV, apenas o mantém em estado de dormência, o que significa que as pessoas com HIV devem continuar uma vida inteira de tratamento com remédios para não desenvolver a doença. Se eles param a terapia, o vÃrus latente "desperta" dentro de poucas semanas e começa um novo ataque contra o sistema imunológico do corpo.
A descoberta aparece no momento em que os pesquisadores começam a flaar em uma possÃvel cura para a Aids. No entanto, a compreensão e, consequentemente, a interrupção da latência do HIV, é um elemento-chave no esforço para descobrir uma cura para a doença devastadora.
Segundo os pesquisadores, as técnicas existentes que tentam desvendar os mecanismos celulares e virais por trás da latência do HIV são ineficientes.
A nova técnica apresenta um caminho claro para a compreensão de como a latência do HIV é regulada dentro de uma única célula, através do rastreamento das células individuais que tradicionalmente tinham sido difÃceis de controlar.
Leor Weinberger e seus colegas conceberam um sistema inteligente que, essencialmente, guia e suspende células T infectadas pelo HIV em pequenos canais como capilares, reduzindo a capacidade de se mover ou separar de células vizinhas.
Primeiro, eles colocam as células T em um 'poço' pequeno, onde elas ficam no fundo, que é preenchido com nutrientes que mantém as células bem alimentadas e sem stress. Em seguida, eles inclinam o dispositivo e as células escorregam para uma lâmina na forma de dedos, semelhantes a canais que estão ligados ao poço. Finalmente, colocam o aparelho na posição vertical, bloqueando cerca de 25 células T dentro de cada canal e, essencialmente, congelando-as no lugar.
De acordo com os pesquisadores, o dispositivo tem várias vantagens sobre os métodos correntes. Em primeiro lugar, as células individuais permanecem paradas para que os investigadores possam acompanhá-las por um longo perÃodo de tempo. Em segundo lugar, o fato de cada uma das células T estar suspensa em contato com nutrientes de outras células representa uma condição quase ideal para a manutenção das células infectadas vivas durante todo o ciclo de vida do vÃrus.
"Isso significa que agora temos o potencial para analisar todo o perÃodo de uma infecção por HIV em uma célula individual, especialmente durante a fase de latência crucial, sobre a qual sabemos muito pouco", afirma Weinberger.
A equipe espera que a abordagem possa permitir a criação de um tratamento capaz de impedir o vÃrus latente de se esconder, de uma vez por todas.