Em Alagoas, levantamento feito no período dentre 2007 e 2010 mostrou a que a faixa etária mais acometida pela sífilis congênita é a de gestantes de 20 a 24 anos que corresponde a 64% das notificações. Pelo fato de 72% das gestantes com a doença terem realizado o pré-natal, a gerente de Agravos de Transmissão Respiratória, Sexual e Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), Ednalva Araújo, mencionou a importância de rever como o acompanhamento da gestante está sendo realizado nas unidades de saúde, visto que outra consequência é a de que metade das crianças que nasceram com a doença apenas teve o diagnóstico detectado no momento do parto.
"É necessário realizar ações para eliminar a sífilis por meio da atuação dos gestores municipais de modo efetivo. Cabe ao gestor local a responsabilidade sobre a prevenção do agravo. Precisamos alterar esses números que apontam que 64% dos parceiros não são tratados e 56% das mulheres não realizaram o tratamento, no período de 2007 a 2010" , alertou Ednalva.
Dados da Sesau apontam que Alagoas conta com 20 municípios com maior incidência de sífilis. Com o objetivo de discutir ações de vigilância epidemiológica para eliminar a sífilis em Alagoas e evitar a infecção pelo vírus HIV, a Sesau realizou, nesta semana, a realização do Curso Básico de Vigilância Epidemiológica (CBVE) para médicos e enfermeiros que atuam nas cidades com maior incidência de casos.
Doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível, causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis pode também ser transmitida verticalmente, ou seja, da mãe para o feto, por transfusão de sangue ou por contato direto com sangue contaminado. Se não for tratada precocemente, pode comprometer vários órgãos como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso.
Nas fases iniciais, o diagnóstico pode ser confirmado por exame de sangue. Em fase avançada, é necessário pedir um exame de líquor para verificar se o sistema nervoso não foi afetado. O tratamento é feito com antibióticos, normalmente penicilina, e deve ser acompanhado com exames de sangue para verificar a evolução da doença.