Um dos estudos apresentados nesta sexta-feira (7), no Congresso Europeu de Epidemiologia, sugere que viver com dificuldades econômicas tem impacto no funcionamento cognitivo a partir da meia-idade e as desigualdades sociais podem afetar a saúde cerebral durante o envelhecimento. O evento acontece até 8 de setembro na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).
De acordo com o trabalho de uma equipe de cientistas internacionais, que integram o projeto HAPIEE (Health, Alcohol and Psychosocial Factors in Eastern Europe), há diferenças observáveis no funcionamento cognitivo dos indivíduos de meia-idade ou de idade avançada, considerando-se o passado socioeconômico. Ainda segundo os autores da pesquisa, ter um nível mais elevado de educação, por exemplo, tem um efeito protetor sobre o funcionamento cerebral. As circunstâncias materiais atuais também influenciam o desempenho cognitivo, embora em menor escala.
O estudo foi promovido junto de uma amostra de 36 mil homens e mulheres de países da Europa de Leste, mas há trabalhos que apontam para resultados similares em países ocidentais. De acordo com os especialistas, estas conclusões salientam que há diferenças marcadas na forma como os cidadãos estão a envelhecer que merecem a atenção das Autoridades de Saúde.