Cientistas espanhóis desenvolveram uma nova droga em escala nanométrica que combina terapia fototérmica e quimioterapia para ajudar a combater o câncer.
A abordagem mostrou bons resultados no tratamento de culturas de células de glioma humano em laboratório. Os resultados são interessantes para o tratamento de câncer de pele (melanoma), tumores sólidos e do sistema nervoso, tais como os gliomas.
O novo medicamento compreende partÃculas hÃbridas contendo aglomerados de nanopartÃculas de ouro protegidas por um revestimento de sÃlica poroso que incorpora moléculas de um medicamento antitumoral, o camptotecina.
As nanopartÃculas de ouro têm atividade fototérmica, absorvendo a luz gerada por um laser biomédico. O lÃder da pesquisa Pablo Botella, do Institute of Chemical Technology of Valencia, explica que enquanto os tecidos orgânicos são virtualmente transparentes para a radiação, a absorção pelas nanopartÃculas de ouro provoca um grande aumento de temperatura no local. "Quando isto ocorre no interior de uma célula cancerosa, a tensão interna elevada leva à sua destruição", afirma o pesquisador.
A acumulação destas nanopartÃculas em células cancerosas é favorecida pelo aumento da permeabilidade vascular que ocorre no tumor. Além disso, a disseminação de agentes quimioterapêuticos transportados elimina as células malignas que não são atingidas pelo laser. "Isto garante uma maior eficácia do que a terapia tradicional, e a ausência de efeitos secundários da droga antitumoral em outros tecidos saudáveis", explica o pesquisador Eduardo Fernández Jover.
Os pesquisadores concluÃram a fase inicial de testes em culturas de células e, agora, planeja desenvolver a próxima fase com modelos animais de câncer de pele e gliomas. Entanto, eles ressaltam que ainda é cedo para começar ensaios clÃnicos com seres humanos.