Cientistas do Imperial College London, no Reino Unido, descobriram que a transmissão do vírus da gripe ocorre antes do aparecimento dos sintomas.
A pesquisa, realizada com furões, sugere que se o mesmo acontecer entre os humanos, isso significa que as pessoas passam gripe para outras pessoas antes de saberem que estão infectadas, o que torna muito difícil o combate a epidemias.
Saber que as pessoas são infecciosas antes que elas tenham sintomas é importante para ajudar as autoridades a planejar ações para uma epidemia.
O estudo, publicado na revista PLoS One, é o primeiro a investigar a questão em um modelo animal. Os furões são comumente usados em pesquisa contra a gripe, porque são suscetíveis às mesmas cepas de vírus e mostram sintomas semelhantes aos seres humanos.
A equipe colocou furões com gripe em contato com furões não infectados por curtos períodos em diferentes estágios após a infecção.
A cepa da gripe utilizado no estudo foi retirada da pandemia de gripe suína 2009, que matou cerca de 300 mil pessoas no mundo.
Os pesquisadores descobriram que os furões foram capazes de passar gripe para outras pessoas apenas 24 horas depois de se tornarem infectados quando os animais não apresentaram nenhum sintoma. A febre apareceu apenas 45 horas após a infecção e os animais começaram a espirrar após 48 horas.
Nos estágios finais da infecção, depois de cinco ou seis dias, a gripe era transmitida com muito menos frequência, sugerindo que as pessoas podem voltar ao trabalho ou à escola logo após o desaparecimento dos sintomas, com pouco risco de passar a gripe a outras pessoas.
"Este resultado tem implicações importantes para estratégias de planejamento a fim de combater uma pandemia. Isso significa que a disseminação da gripe é muito difícil de ser controlada, mesmo com auto-diagnóstico e medidas, tais como exames de temperatura nos aeroportos. Isso também significa que os médicos e enfermeiros que não recebem a vacina da gripe estão colocando seus pacientes em risco porque podem transmitir uma infecção quando não sabem que estão infectados", conclui a líder da pesquisa Wendy Barclay.