A idade do pai, e não da mãe, no momento da concepção do bebê é fator de risco determinante para a transmissão de mutações genéticas aos filhos, de acordo com cientistas da Islândia.
A pesquisa pode ajudar a explicar por que as taxas de doenças como autismo estão aumentando entre as crianças no mundo.
Em um estudo que questiona a teoria convencional, os pesquisadores sequenciaram os genomas de 78 famílias islandesas com crianças diagnosticadas com autismo ou esquizofrenia e descobriram que a idade do pai era crucial para o risco genético de tais distúrbios.
"Pesquisas anteriores mostraram que a culpa de transtornos do desenvolvimento em crianças têm sido a idade das mães. Os resultados do novo estudo apontam para a possibilidade de que, conforme um homem envelhece, o número de mutações hereditárias aumenta no seu esperma", afirma o líder da pesquisa Kari Stefansson, da empresa privada deCODE Genetics em Reykjavik, na Islândia.
Ele disse que este aumento nas mutações ligadas à idade proporcionalmente elevaram a chance de uma criança poder herdar modificações genéticas associadas a condições como autismo e esquizofrenia.
O estudo encontrou uma média de mais de duas novas mutações genéticas nas crianças para cada ano de aumento na idade do pai, ou seja, o número de novas mutações transmitidas pelos pais dobraria a cada 16,5 anos a partir da puberdade.
Mulheres que têm filhos mais tarde na vida estão em maior risco de ter bebês com síndrome de Down e outras anomalias cromossômicas raras, mas Stefansson ressalta que os homens transmitiram muito mais mutações genéticas novas para as crianças do que as mulheres.
Estudos anteriores na Islândia mostraram que o risco de esquizofrenia e autismo aumenta significativamente com a idade do pai no momento da concepção, e que os homens estão tendo filhos mais tarde. Segundo os pesquisadores, isso pode ajudar a explicar a crescente epidemia de doenças como autismo e esquizofrenia nas crianças.