Pesquisa realizada no Amazonas aponta que a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) está diretamente relacionada à exposição ocupacional de trabalhadores da indústria petrolífera. Um estudo realizado em Coari, distante a 540 quilômetros de Manaus, analisou os aspectos epidemiológicos dos casos de LTA notificados no município. Dos casos notificados, 89,9% dos indivíduos infectados eram trabalhadores de indústria petrolífera, com baixa escolaridade e com a forma cutânea da doença (99%).
Intitulada ' Leishmaniose Tegumentar Americana associada à exposição ocupacional de trabalhadores da indústria petrolífera na Amazônia Brasileira' , a pesquisa da universitária Priscilla Heckmann teve o objetivo de descrever os aspectos epidemiológicos dos casos de LTA notificados no município de Coari, em especial, aqueles associados à atividade ocupacional em indústria petrolífera.
No total, foram notificados 366 casos no período de 2008 a 2010. Destes, 99% são indivíduos do sexo masculino e 1% do sexo feminino. Em relação à idade foram observados mais casos na faixa etária entre 20 e 40 anos.
"Concluímos que em Coari, a LTA se apresenta praticamente sob a forma cutânea da doença. Ela está intimamente relacionada à exposição ocupacional de trabalhadores da indústria de exploração do petróleo, do sexo masculino, com idades entre 20 e 40 anos, com baixo nível socioeconômico e baixa escolaridade", ressaltou.
A LTA é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoário do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas.
Heckmann informou que dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que a LTA constitui um grave problema de saúde pública em 88 países, distribuídos em quatro continentes, com registro anual de 1 a 1,5 milhão de casos. No Brasil, a doença apresenta ampla distribuição com registro em todas as regiões, com incidência nos Estados da região Amazônica.
Com informações da Fapeam