Estudo divulgado pela publicação americana "The Lancet" revela alta taxa de tabagismo entre homens, principalmente entre as nações subdesenvolvidas. Na lista com 14 países de baixa e média renda, o Brasil se sobressai com a menor taxa de homens fumantes, 21%. Já na outra ponta da tabela está a Rússia, com 60,2% dos homens fumantes.
Os dados do Global Adult Tobacco Survey (GATS), usados no estudo, foram pesquisados avaliaram também o percentual de fumantes nos Estados Unidos e Reino Unido.
A pesquisa mostrou ainda as altas taxas de iniciação precoce do tabagismo entre mulheres e os baixos índices de abandono do vício. Segundo a publicação, os números reforçam a visão de que os esforços para prevenir o início do fumo e promover a cessação do uso do tabaco são necessários para reduzir a morbidade e mortalidade associadas.
Apesar da elevada carga global de doenças causadas pelo tabaco, dados de prevalência válidos e comparáveis para os padrões do uso do tabaco adulto e fatores que influenciam o uso do cigarro ainda estão ausentes em muitos dos países estudados.
Além de EUA e Reino Unido, utilizados no estudo para efeitos de comparação, o estudo avaliou o hábito de fumar em Bangladesh, Brasil, China, Egito , Índia, México, Filipinas, Polônia, Rússia, Tailândia, Turquia, Ucrânia, Uruguai e Vietnã.
Veja mais detalhes da pesquisa.
Pesquisa nacional
Levantamento recente divulgado em abril deste ano pelo Ministério da Saúde aponta que o percentual de fumantes no país caiu, passando de 16,2% em 2006 para 14,8% no ano passado. A pesquisa foi realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).
Ainda de acordo com o relatório da pasta, a frequência de fumantes continua maior entre os homens: 18,1% contra 12% entre as mulheres. Ainda assim, a população masculina lidera a redução do tabagismo no país, já que 25% deles declararam ter deixado de fumar, contra 19% entre as pessoas do sexo feminino. A tendência de queda no consumo entre os homens foi constatada em todas as faixas etárias e independentemente do grau de escolaridade.
A quantidade de pessoas que abandonam o hábito de fumar, de acordo com o ministério, aumenta com o avançar da idade. A frequência de ex-fumantes chega a ser quase cinco vezes maior entre homens com mais de 65 anos. Entre as mulheres, a maior queda foi verificada na faixa etária dos 55 aos 64 anos (30%).
Outro aspecto positivo apontado pelo estudo é a queda do índice de homens que fumam mais de 20 cigarros por dia - o chamado fumante pesado. A proporção passou de 6,3% em 2006 para 5,4% em 2011.