A Associação Paulista de Medicina (APM) apresenta pesquisa Datafolha encomendada especialmente para desenhar um panorama de como anda o atendimento dos planos de saúde aos pacientes, no estado de São Paulo. Os principais problemas para a marcação de consultas, falhas importantes no atendimento em pronto-socorro, as dificuldades para realização de exames e procedimentos de maior custo, as consequências do descredenciamento de médicos, hospitais e laboratórios, entre outros pontos, foram queixas recorrentes no levantamento.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) esteve no anúncio da pesquisa, onde foi representado pelo 2º vice-presidente e coordenador da Comissão de Saúde Suplementar (COMSU), Aloísio Tibiriçá Miranda. Na avaliação do conselheiro, " a pesquisa, embora tenha sido feita em São Paulo, mostra a dimensão nacional da insatisfação dos usuários de planos de saúde, que são os nossos pacientes, se unindo aos médicos diante dessa realidade" , analisa Tibiriçá.
Na divulgação do estudo, a APM e a ProTeste também lançaram um serviço nacional de apoio exclusivo aos pacientes. O telefone 0800.200.4200 atenderá reclamações de todo o Brasil, oferecendo esclarecimento e apontando encaminhamentos para a garantia dos direitos dos usuários de planos de saúde.
Base e objetivos
A pesquisa APM-Datafolha foi realizada para conhecer a opinião dos usuários de planos ou seguros de saúde do Estado de São Paulo, investigando a utilização dos serviços e os principais conflitos e deficiências percebidas.
A amostragem tem como base 804 entrevistas, distribuídas por todo o estado, com uma população de 18 anos ou mais, possuidora de plano ou seguro saúde, que utilizou algum serviço nos últimos 24 meses. Retrata um universo de 10 milhões de pacientes da saúde suplementar.
A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%, sendo que a coleta de dados ocorreu entre 14 e 22 de maio de 2012.
Dados relevantes
Entre os usuários que utilizaram os serviços de planos de saúde nos últimos dois anos, 77% tiveram algum problema (praticamente oito em cada 10). A média foi de 4,2 problemas.
O índice de usuários com problemas foi de 64% para consultas; 40% em exames diagnósticos, e, o que é gravíssimo, 72% em pronto-socorro, quando a pessoa mais necessita de agilidade e resolubilidade.
No caso das consultas, as principais queixas são de demora para marcação, de médico que saiu do plano e demora para autorização. Em exames diagnósticos, as reclamações recorrentes são de demora para marcação de exames e procedimentos, poucas opções de laboratórios, entre outros.