Pesquisadores da University of California-Davis (EUA) descobriram que uma bactéria presente no intestino de bebês pode extrair nutrientes do leite materno, possivelmente ajudando as crianças em situação de risco a não ficar sem componentes nutricionais.
O leite promove o crescimento de bactérias protetoras no intestino da criança. Como o alimento também contém glicanos (açúcares complexos), que os bebês não conseguem digerir, um tipo específico de bactéria cresce, a bifidobactéria, que pode processá-los. Embora se saiba que esses microorganismos aproveitam os glicanos livres no alimento, o fato de elas poderem também obter as substâncias quando estas estão ligadas a proteínas (glicoproteínas) abundantes no leite materno é uma novidade.
Os cientistas descobriram que cepas específicas de bifidobactérias possuíam enzimas capazes utilizar estes glicanos como uma fonte de alimento adicional. Surpreendentemente, uma das enzimas, a EndoBI-1, foi capaz de remover qualquer tipo de N-glicano (açúcares ligados a proteínas pelo aminoácido asparagina). Este tipo de enzima é único, e pode fornecer vantagem para o crescimento para as bifidobactérias no intestino criança.
O trabalho sugere que as bifidobactérias não se alimentam principalmente dos glicanos de glicoproteínas do leite. No entanto, o estudo mostrou que, sob as condições apropriadas, as bactérias podem crescer quando as proteínas forem a única fonte de energia.