Milhares de médicos e enfermeiros entraram em greve em Portugal para protestar contra cortes no orçamento da saúde. O Ministro da Saúde, Paulo Moita de Macedo, alertou que cerca de 4.5 mil operações e 400 mil consultas poderão ser canceladas.
A greve dos profissionais de saúde começou nesta quarta-feira (9) e está prevista para durar 48 horas. Muitos hospitais tinham remarcado compromissos, antecipando a greve que foi anunciada no mês passado e afirmam que os serviços de urgência não serão afetados.
O governo prometeu reduzir seu déficit orçamentário em 65 bilhões de euros, como parte do acordo realizado com a União Européia (EU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em maio do ano passado.
Os sindicatos dizem que as medidas, que incluem taxas mais elevadas de prescrição, afetarão a parcela mais pobre da sociedade. Eles reclamam que alguns médicos de empresas privadas estão trabalhando excessivamente para tentar minimizar a crise no setor público.
Segundo declaração dada à AFP, o diretor da Federação Nacional dos Médicos, Mário Jorge Neves, disse que estava certo do sucesso da greve. Por outro lado,"milhares de pessoas estão agora privadas de cuidados porque não podem arcar com os preços que foram postos em prática em janeiro", disse um representante do grupo de pacientes.
De acordo com informações de agências internacionais, os pacientes chegam aos hospitais no dia marcado para cirurgias sem terem a certeza que vão conseguir realizar o procedimento. Muitos, mesmo ligando no dia anterior, não conseguem uma confirmação.
Portugal já cortou salários do setor público e aumentou os impostos para reduzir seu déficit orçamentário e lidar com a crise econômica. No início deste mês, uma proposta para limitar férias extra e pagamento de Natal para trabalhadores do setor público foi considerada inconstitucional mas recebeu elogios da UE e o FMI.