A medicação subcutânea ou intravenosa pode ser uma opção no tratamento de osteoporose que facilita a adesão de pacientes. É o que garante o reumatologista e professor da Universidade de São Paulo (Unifesp), Marcelo Pinheiro. A afirmação foi feita durante a VI Jornada do Centro de Estudos em Reumatologia Pedro Nava, realizada na última sexta-feira (3), na Faculdade de Medicina da UFMG.
" O custo dos novos medicamentos não é absurdo. Eles variam entre R$ 100 e R$ 150, mas garantem a eficácia do tratamento. Talvez já fosse o caso do governo disponibilizar isso, porque garante que o paciente vai se prevenir" , explica.
Ao contrário dos tratamentos da hipertensão e da diabetes, que o paciente deve ser medicado diariamente, na osteoporose essa medicação pode ser ministrada uma vez a cada seis meses, até uma vez por ano, sem grandes efeitos colaterais. E o paciente estará protegido de novas fraturas ósseas.
No Brasil, 20 milhões de pessoas sofrem com a doença, a maioria mulheres. Praticamente o mesmo quadro da hipertensão, que acomete cerca de um terço da população. E elas podem vir associadas: o paciente idoso geralmente tem uma das duas doenças.
De acordo com o reumatologista, o Ministério da Saúde monitora via telefone 54 mil pessoas cadastradas, com o objetivo de saber se elas têm hipertensão, diabetes e se receberam o diagnóstico da osteoporose. Mas ele alerta para a falta de diagnóstico. " Se você não fizer o exame, não é possível diagnosticar a doença. Com isso, apenas 7% das pessoas monitoradas sabiam que tinham o problema" . Segundo ele, se o médico pede o exame, essa porcentagem sobe para aproximadamente 30%, quadriplicando a estatística de conhecimento da doença.
A falta de diagnóstico faz com que os medicamentos disponibilizados pelo governo, que são eficazes, na opinião do médico Marcelo Pinheiro, não sejam prescritos.
Em geral, o paciente não sente os efeitos da osteoporose e, apesar de não haver cura para a doença, o objetivo é evitar a fratura. " A cura é estar com a saúde óssea boa, ou seja, não quebrar os ossos do corpo" , conclui o reumatologista.