Cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, descobriram que um medicamento usado no tratamento da angina, dor no peito, reverte danos causados pelo monóxido de carbono no coração.
A pesquisa mostra ainda, pela primeira vez, como a exposição a níveis baixos de monóxido de carbono causa danos ao coração. Segundo os pesqusiadores, o gás mantém os canais de sódio, importantes para controlar os batimentos cardíacos, abertos por mais tempo. Isso perturba o ritmo cardíaco, levando a arritmia, que pode ser fatal.
O monóxido de carbono é produzido por caldeiras, cigarros e escapamentos de carros. Ele é mortal em níveis elevados já que ele reduz a quantidade de oxigênio que circula no corpo. No entanto, estudos sugerem que mesmo níveis baixos, como o encontrado em cidades com grande quantidade de tráfego, também podem danificar o coração.
Segundo os pesquisadores, o envenenamento por monóxido de carbono provoca 1,6 milhão de mortes no mundo a cada ano.
Solução
Em conjunto com pesquisadores internacionais, Chris Peers e seus colegas descobriram que uma droga anti-angina comum, que também afeta os canais de sódio, é capaz de reverter esse efeito em ratos.
A equipe testou Ranozaline em ratos expostos ao monóxido de carbono, para testar os seus efeitos protetores. Eles descobriram que a droga reduziu a possibilidade de arritmia nos animais.
"Embora a ligação entre arritmias e monóxido de carbono tenha sido conhecida há mais de 50 anos, esta é a primeira vez que conseguimos explicar o processo subjacente. As descobertas podem ajudar pessoas que vivem em zonas urbanizadas ou cujo trabalho envolve a exposição diária a níveis mais baixos de monóxido de carbono, tais como bombeiros", conclui o pesquisador Derek Steele.