Neste domingo (5) é comemorado o 140º aniversário de nascimento do médico sanitarista, bacteriologista Oswaldo Cruz, responsável pelo saneamento do Rio de Janeiro, pela criação do Instituto Soroterápico Federal, reforma do Código Sanitário do País, entre outros feitos importantes para a Saúde brasileira.
Responsável pela primeira campanha bem sucedida contra a febre amarela, e ao esforço de controle da varíola por meio da vacina, para o historiador e editor científico da revista História, Ciência e Saúde Manguinhos, periódico trimestral da Casa de Oswaldo Cruz, Jaime L. Benchimol, o sanitarista se destacou como a principal liderança de um grupo vanguardista de médicos que, na virada do século XIX, foi capaz de transformar a microbiologia e a medicina tropical em uma ferramenta importante na saúde pública brasileira.
Filho do médico Bento Gonçalves Cruz e de Amália Taborda de Bulhões Cruz, Oswaldo Cruz nasceu no dia 5 de agosto de 1872, em São Luís de Paraitinga, São Paulo. Ele viveu na cidade até 1877, quando sua família se transferiu para o Rio de Janeiro. Estudou no Colégio Laure, no Colégio São Pedro de Alcântara e no Externato Dom Pedro II.
Aos 15 anos, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Antes de concluir o curso, já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico. Em 24 de dezembro de 1892, formou-se doutor em medicina, com a tese Veiculação Microbiana pelas Águas. Seu interesse pela microbiologia levou-o a montar um pequeno laboratório no porão de sua casa. Contudo, a morte de seu pai, no mesmo ano de sua formatura, impediu o aprofundamento de seus estudos por um tempo. Somente em 1896 pôde realizar o seu sonho: especializar-se em Bacteriologia no Instituto Pasteur de Paris, que, na época, reunia grandes nomes da ciência.
Ao voltar da Europa, Oswaldo Cruz encontrou o Porto de Santos assolado por violenta epidemia de peste bubônica, e logo se engajou no combate à doença. Para fabricar o soro antipestoso, foi criado, em 25 de maio de 1900, o Instituto Soroterápico Federal, instalado na antiga Fazenda de Manguinhos, tendo como diretor geral o Barão de Pedro Afonso e diretor técnico o jovem bacteriologista. Em 1902, Cruz assumiu a direção geral do novo Instituto. Este, por sua vez, ampliou suas atividades, não mais restringindo-se à fabricação de soro antipestoso, mas dedicando-se também à pesquisa básica aplicada e à formação de recursos humanos.
No ano seguinte, Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor geral de Saúde Pública, cargo que corresponde atualmente ao de Ministro da Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico, deflagrou memoráveis campanhas de saneamento. Em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.