Desde julho, a população de Uganda, na região central da África, está em alerta devido a um surto do vírus Ebola, no distrito de Kibaale, no oeste do país. Até o momento, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 53 casos foram registrados, com 16 mortes pela febre hemorrágica. Apesar dos dados, a coordenadora de emergência do Movimento Médicos Sem Fronteiras (MSF), Olímpia De La Rosa, que trabalha no local, alega que o ambiente, apesar de inspirar cuidados, ainda é seguro. " Não razão para ter medo de sair na rua" , disse.
A declaração ocorreu após o presidente de Uganda, Yoweri Museveni, pedir à população, em pronunciamento na TV, que evite contato direto com outras pessoas. A médica do MSF, no entanto, discordou da orientação. "É verdade que evitar contato direto com outras pessoas é uma forma de se proteger. Mas pessoas que não apresentam sintomas não transmitem a doença, e não há razão para ter medo de sair na rua. Evitar o contato com os fluidos corporais de outras pessoas é a melhor forma de limitar um surto de Ebola, mas isto somente é de fato necessário na região de Kigadi" .
A febre hemorrágica Ebola se espalha pelo contato direto com pessoas infectadas ou animais e pode ser transmitida pelo sangue, por fluidos corporais (como suor e saliva) e até mesmo pelo contato com roupas usadas por uma pessoa infectada.
O surto do vírus foi teve início em 12 de julho, sendo declarado oficialmente no dia 28 daquele mês. Segundo Olímpia De La Rosa, o primeiro caso pode ter sido o de um bebê de três meses, cuja mãe também estava doente. " Quando a menina morreu, sua família tentou descobrir do que ela havia morrido, mas não encontrou a resposta, embora houvesse rumores de bruxaria e magia. Sessenta e cinco pessoas foram ao funeral do bebê; 15 ficaram doentes e 11 morreram" , completa.