Novas descobertas sobre poderão contribuir para o futuro desenvolvimento de fármacos para o combate à esquistossomose . Isso porque resultados de um estudo desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP) estão ajudando a explicar a ação de uma proteína no parasita causador da doença, o Schistosoma mansoni.
O parasita tem como principal característica a alta postura de ovos: cerca de 300 ao dia, o que também representa grande atividade celular. A partir desse entendimento, o pesquisadores buscam remédios que não apenas combatam o parasita, como também surtam efeito sobre a produção de moléculas de energia e impeçam a postura de ovos. Esse tipo de combate evitaria a reincidência da doença, ao impedir a proliferação de novos parasitas e a contaminação constante dos ambientes em que vivem as pessoas infectadas.
" Para ter capacidade energética para essa postura tão alta, ele precisa obviamente sintetizar DNA, para os ovos, e moléculas energéticas, já que a atividade metabólica é muito alta" , explica a pesquisadora responsável pelo estudo, a bióloga Juliana Roberta Torini de Souza.
Segundo o orientador da pesquisa, Humberto D' Muniz, é preciso que haja essa diferença entre as enzimas do hospedeiro e do parasita para que o medicamento não cause reações adversas ou prejudiciais aos pacientes.
Apesar dos resultados interessantes, este trabalho não é o ponto final do estudo sobre as enzimas do S. mansoni. O Projeto Purinoma, coordenado por D' Muniz e de que faz parte a pesquisa, visa ao entendimento do funcionamento de todas as 18 enzimas que sabe-se estarem presentes na via de salvação do parasita, para, segundo ele, " usá-las a nosso favor" . " Queremos entender como de fato funciona essa via e descobrir a enzima mais interessante de se inibir" , conta o pesquisador.
Com informações da USP