Após o anúncio do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sobre a inclusão de dois novos medicamentos contra as hepatites virais no Sistema Único de Saúde (SUS), uma nova descoberta pode virar uma arma no combate à doença. Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) desenvolveram um novo teste para diagnóstico da hepatite B.
O novo método utiliza papel de filtro como base para a amostra de sangue seco, o que elimina a necessidade de refrigeração e facilita o transporte, combinado ao método comercial de ELISA, teste imunoenzimático utilizado na maioria dos laboratórios de diagnóstico, que permite a detecção no plasma sanguíneo de anticorpos específicos para agentes patogênicos. A ideia, que elimina o uso de técnicas e materiais mais complexos, também dispensa treinamento especializado para a coleta.
A pesquisadora Lívia Melo Villar destaca a facilidade da coleta do material como uma das principais vantagens da nova abordagem. "Com o método de análise de sangue seco, são coletadas três gotas de sangue capilar (bastante superficial, dispensando o uso de seringas) a partir da punção digital do dedo do paciente, usando-se apenas uma agulha. O método é simples, semelhante aos testes de medição de glicose. A gota de sangue do dedo é pressionada no papel de filtro. O material passa por um processo de diluição para que o sangue fixado seja retirado do papel de filtro sendo, então, submetido ao método de ELISA", explica.
Atualmente, o diagnóstico da doença é feito a partir de amostras de soro ou de plasma sanguíneo, o que torna indispensável a punção venosa do sangue dos pacientes. Em locais de difícil acesso, o método de detecção pode ficar inviável, por exigir equipamentos de laboratórios especializados e técnicos capacitados para coleta de sangue, além da necessidade de transporte das amostras até laboratórios de análise.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a infecção pelo vírus da hepatite B (HVB) é a segunda causa de hepatites virais no Brasil.