Amostras de teste para o papilomavírus humano (HPV) podem prever o desenvolvimento de sinais de câncer cervical até 18 anos mais cedo.
Os resultados mostram os benefícios a longo prazo da primeira linha de testes para HPV, comparado com a citologia atual, que procura por células anormais como biomarcador do câncer.
O autor sênior do estudo, Philip E Castle, da Sociedade Americana de Patologia Clínica, disse: "Embora soubéssemos que o teste para HPV de alto risco pode prever o câncer cervical por alguns anos, é notável que este efeito preditivo dure quase duas décadas. "Nossas descobertas reforçam fortemente o valor do teste HPV como parte da rotina de cuidados."
Há muito, a ciência tem conhecimento de que o vírus HPV é necessário para que as mulheres desenvolvem câncer cervical. Ma apenas uma pequena proporção de mulheres infectadas chegam a desenvolver sintomas da doença. "É preciso em média de cinco a 10 anos para uma infecção por HPV evoluir para um processo pré-câncer cervical e de 20 a 25 anos para chegar a um câncer invasivo. Isso significa que as mulheres que apresentam HPV-negativo, têm poucas probabilidades de desenvolver o câncer antes de um próximo exame," disse Castle.
Comentando a pesquisa, Jessica Harris, gerente de informação em saúde da organização Cancer Research UK, disse: "Este estudo traz mais evidências mostrando que o teste de HPV é provavelmente mais eficaz para a triagem do que a citologia cervical. Isso mostra que o risco de desenvolver câncer cervical após um teste de HPV negativo continua baixo, mesmo depois de vários anos, o que daria tranquilidade para as mulheres com um resultado negativo e poderia ajudar a determinar formas de acompanhar estas pacientes."
Ela destacou que o teste de HPV já foi adicionado ao Programa Nacional de Triagem do colo do útero como um teste secundário para ajudar a reduzir os testes de repetição desnecessários e invasivos. "O programa se comprometeu a executar um piloto de utiilizando o HPV como teste de rastreio principal para o câncer cervical e aguardamos ansiosamente os resultados", acrescentou.
Cerca de 4 mil mulheres que participaram do estudo, que durou 18 anos, realizando os exames de rotina.