Trabalho desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) investiga o efeito dos dois anestésicos inalatórios mais usados o isoflurano e o sevoflurano na reação inflamatória desencadeada no organismo após uma cirurgia.
A investigação foi feita em ratos submetidos a um procedimento para a retirada de um dos rins e revelou que a droga isoflurano causou maior liberação de uma das substâncias inflamatórias avaliadas.
Quando se passa por uma cirurgia, o organismo entende que está sofrendo uma agressão e libera as chamadas citocinas inflamatórias. Elas ativam a coagulação sanguínea e ajudam a evitar hemorragias.
Para Norma Sueli Pinheiro Módolo, professora da FM e coordenadora da pesquisa, essa reação é esperada mas não pode ser exagerada por causa do risco de trombose.
A pesquisa tenta descobrir um anestésico capaz de modular a resposta inflamatória. Ela não pode ser anulada, pois o paciente sofreria hemorragia. Mas também não pode ser muito exacerbada pela droga. Isso é importante principalmente em pacientes de maior risco, como cardiopatas.
A pesquisadora ressalta, no entanto, que a investigação foi feita em animais sadios. Ela acredita que um paciente hígido submetido a uma cirurgia relativamente simples não teria problemas com nenhum dos dois anestésicos. Mas em pessoas obesas, que já possuem mais substâncias inflamatórias no organismo, ou em cardiopatas, pneumopatas e recém-nascidos, talvez esses anestésicos possam causar uma resposta inflamatória mais exacerbada.
A equipe pretende seguir essa linha de investigação, primeiro avaliando o efeito das drogas em ratos com problemas de saúde e, no futuro, em seres humanos. Também será investigada a ação de outros anestésicos, inclusive os endovenosos.