De quase 64 mil novos casos de melanoma cutâneo (uma forma de câncer de pele) diagnosticados a cada ano na Europa, cerca de 3,4 mil (5,4%) estão relacionados ao uso de bronzeadores artificiais, com 794 mortes (498 de mulheres e 296 de homens). Os usuários desta técnica têm 20% mais risco de desenvolver algum tipo de câncer de pele. Este risco duplica se a prática for iniciada antes dos 35 anos.
Estes números são resultados de estudo do Instituto Internacional de Pesquisa de Prevenção, da França, e do Instituto Europeu de Oncologia, na Itália. Os pesquisadores analisaram os números de 27 estudos separados sobre câncer de pele e uso de bronzeadores artificiais entre 1981 e 2012 no Reino Unido, França e Alemanha.
Os autores acreditam que estudos anteriores tendiam a subestimar os riscos de bronzeamento artificial, porque o uso desses dispositivos é relativamente novo. Além disso, de 2005 a 2011, a maioria dos riscos aumentaram. Estudos futuros poderão demonstrar, portanto, um risco ainda maior, conclui a pesquisa.
Os autores afirmam que o melanoma e outros cânceres de pele associados com o uso de bronzeadores artificiais podem ser prevenidos evitando o uso de aparelhos de bronzeamento. Eles argumentam que a indústria não demonstrou uma capacidade de "auto-regulação eficaz", e chegam a afirmar que o setor divulga "informações destinadas a enganar os consumidores".
Eles reforçam que a prevenção deve ser baseada em "ações mais duras" e que o bronzeamento para menores de 18 anos deve ser restrito e acompanhado, conforme leis que já vigoram na Austrália e alguns países da Europa. Nos EUA, apenas o Estado da Califórnia introduziu algumas restrições.