Ativistas presentes na 19ª Conferência Internacional de Aids, em Washington (EUA), criticam a criação da Parceria Trans-Pacífico (PTP), que prevê acordos de livre comércio bilaterais entre alguns países dos continentes americano e asiático. Segundo eles, o acordo vai promover o monopólio da indústria farmacêutica norte-americana e limitar o acesso universal ao tratamento da doença.
A parceria foi anunciada para integrar políticas de nove países: Austrália, Brunei, Chile, Malásia, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Vietnã e Estados Unidos.
Segundo a organização não governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras, os Estados Unidos estariam pressionando seus parceiros comerciais, em especial os asiáticos, para não contestarem patentes e estenderem o pagamento de royalties na compra ou fabricação de medicamentos. "Ao dificultarem a comercialização de antirretrovirais genéricos através da PTP, os Estados Unidos jogam contra o enfrentamento da epidemia", disse o assessor de assuntos políticos da ONG, Sharonann Lynch.
A organização não governamental norte-americana Public Citizen é outra a criticar o acordo. Em documento divulgado na conferência, o grupo informa que o Vietnã será um dos primeiros países prejudicados pelas novas leis de patentes impostas pelos americanos.
"Quando falamos de acesso ao tratamento, o preço se torna uma sentença de vida ou de morte", disse Peter Maybarduk representante da entidade.
Desde 2000, a produção de genéricos contra a aids possibilitou que mais pessoas pudessem se tratar contra a doença. O preço médio do tratamento do HIV passou de mais de 10 mil dólares por ano para menos de 100.
Com informações da Agência Aids