O Departamento de Saúde do Reino Unido aprovou, nesta terça-feira (24), a prescrição de medicamentos por fisioterapeutas e podólogos. A medida foi anunciada pelo Ministro da Saúde, Lord Howe. A proposta garante aos pacientes do país acesso mais rápido a medicamentos para o alívio da dor e anti-inflamatórios.
Estes profissionais serão submetidos a treinamento e, em seguida, serão os primeiros do mundo a terem autonomia para a prescrição de medicamentos de forma independente.
Fisioterapeutas terão direito de prescrever medicamentos para problemas como dores crônicas e doenças respiratórias como a asma. Podólogos que tratam de pacientes com uma ampla gama de condições, incluindo úlceras do pé diabético e distúrbios artríticos no pé e tornozelo também estarão liberados para indicar terapias medicamentosas adequadas aos seus pacientes. Segundo o Departamento de Saúde, a medida irá ajudar os pacientes a responderem mais rapidamente aos tratamentos.
"Ao introduzir estas mudanças, pretendemos fazer o melhor uso das habilidades de fisioterapeutas e podólogos para permitir que pacientes se beneficiem de um serviço mais rápido e eficaz, sem comprometer a segurança", diz Howe. A presidente da Chartered Society of Physiotherapy, Helena Johnson, completa: "Dar a oportunidade a fisioterapeutas de prescrever de forma independente irá melhorar enormemente os cuidados que podemos fornecer no futuro. Os pacientes passarão a receber um serviço mais ágil e eficiente, o que significa que vão obter os medicamentos de que necessitam de imediato."
A proposta de expandir as responsabilidades de prescrição segue duas consultas públicas realizadas em 2011, além de recomendações subsequentes da Commission on Human Medicines. Fisioterapeutas e podólogos que completarem com êxito o Health Professions Council (HPC) aprovados em programas de educação e registrados no HPCregister poderão prescrever de forma independente a partir de 2014.
Legislação brasileira não permite
Questionado se situação similar poderia ocorrer no Brasil, o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, disse não crer na mudança. "Neste momento a legislação brasileira não permite que nenhum outro profissional prescreva, exceto o médico e o cirurgião-dentista, a não ser em alguns programas do governo, como o da tuberculose etc", explicou.
O presidente da AMB também contou que não vê como adequada adoção de medida semelhante no Brasil devido à "formação que os profissionais de saúde têm. O que a gente quer é que as leis brasileiras sejam adequadas e, no que se relaciona à saúde, não coloquem em risco a saúde da população. O melhor é que deixem como está", concluiu.