O primeiro estudo a criar mapas tridimensionais de sinais elétricos em corações de crianças pode ajudar cardiologistas a corrigir arritmias em pacientes jovens, de acordo com nova pesquisa apresentada no American Heart Association's Basic Cardiovascular Sciences 2012 Scientific Sessions.
As crianças com a condição de taquicardia atrioventricular nodal reentrante (atrioventricular nodal reentrant tachycardia - AVNRT) sofrem de perturbações no sistema elétrico do coração que causam batimentos cardíacos rápidos. Estes pacientes foram tratados com sucesso com a ablação cardíaca, em que o tecido anormal, responsável pelo problema, é destruído por crioablação (congelamento).
É um procedimento difícil porque cada paciente pode ter uma área diferente de tecido anormal, causando a arritmia. Assim, o mapeamento é usado para criar um perfil de áreas de alta e de baixa tensão de tecido para guiar a ablação. No entanto, nenhuma pesquisa aneste sentido havia sido realizada em crianças até agora.
"Este é o primeiro estudo a olhar para esta técnica em pacientes pediátricos", disse Lindsey Malloy, pesquisadora e bolsista de cardiologia no Hospital da Criança da Universidade de Iowa, em Iowa City (EUA). "Ele tem grande potencial para melhorar as taxas de sucesso da ablação."
Malloy e seus colegas criaram mapas tridimensionais de tensão do átrio direito (câmara superior do coração), usando gravações elétricas do interior do órgão. Eles também identificaram uma ponte de sinais de baixa tensão, rodeados por tecido de voltagem ainda mais baixa, uma "sela", ou ponte de tensão, indicando onde houve redução da atividade elétrica.
Vinte e nove pacientes com idades entre os sete e 20 anos foram incluídos no estudo. Em 25 deles, houve uma ponte adequada para a tensão permitindo a ablação guiada, enquanto que o sucesso em atingir o local exato da ablação dentro das primeiras três lesões aconteceu em 15 dos 25 pacientes.