Pesquisadores de Cingapura projetaram um novo microsistema autônomo capaz de diagnosticar a dengue a partir de uma amostra de sangue em 30 minutos.
Essencialmente, o novo cartucho pode ser operado por profissionais não especializados. O microsistema funciona pela extração do RNA do vírus a partir de amostras de sangue dos pacientes, usando uma base de silício para extração viral e um cartucho contendo reservatórios carregados com diferentes reagentes necessários para extrair RNA viral. O microsistema é totalmente autônomo.
Em sistemas de detecção convencionais de vírus, a possibilidade de contaminação cruzada é alto porque o processo de extração requer pipetagem manual extensa dos reagentes. Além disso, para diagnostica a dengue por meio dos métodos atuais é necessária a realização de uma série de testes laboratoriais de amostras de sangue e de urina. Estes testes podem levar de sete a dez dias para serem concluídos e requerem pessoal qualificado e equipamentos especializados.
No sistema recentemente desenvolvido, o chip de silício é incorporado num cartucho polimérico que permite ao utilizador a pré-carregar todos os reagentes necessários, o tornando totalmente autônomo e descartável. Esse recurso é extremamente útil para diagnosticar doenças infecciosas que podem ser altamente virulentas ou contagiosas.
O cartucho é colocado dentro de um dispositivo de computador portátil com "touch screen". Ao pressionar o botão é operada uma série pré-determinada de êmbolos, que liberta os reagentes para o chip de silício que contém a amostra de sangue. Os reagentes permitir a extração de RNA viral e identificação do vírus no prazo de 30 minutos. A sequência de êmbolos e suas velocidades são totalmente controladas por computador, assim, o cartucho é configurável, fácil de usar e não requer conhecimento especializado para operar. Além disso, o cartucho é adaptável a vários protocolos bioquímicos, não apenas para o RNA viral para a febre de dengue, tal como descrito aqui. No futuro, os pesquisadores esperam identificar muitas doenças infecciosas com a tecnologia.
O projeto foi liderado pelo cientista Siti Mohamed Rafei, do Instituto de Microeletrônica de Cingapura, e contou com a participação de pesquisadores do Veredus Laboratories e da Universidade Nacional de Cingapura.