O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reafirmou nesta sexta-feira (20) que não há risco de uma epidemia da influenza A (H1N1) - gripe suína no Brasil, nem mesmo na Região Sul do país, onde a doença já matou 123 pessoas este ano. Ele descartou a possibilidade de ampliar a vacinação contra a gripe na região. Padilha destacou que a principal orientação do ministério é que o antiviral oseltamivir, de nome comercial Tamiflu, seja receitado aos pacientes assim que surgirem os primeiros sintomas da doença.
" Neste momento, eu diria que ele [oseltamivir] é até mais importante que a vacina, porque ela demora de 10 a 15 dias para garantir a proteção de imunidade à pessoa. Quando começa a aumentar o número de casos, o mais importante é a orientação correta aos profissionais de saúde do uso do Tamiflu de forma precoce, especialmente nas primeiras 36 horas" , disse o ministro, em evento no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Segundo Padilha, a situação atual é muito diferente da pandemia de 2009, quando mais de 2 mil pessoas morreram em decorrência da gripe A. " O que existe hoje é uma maior circulação do vírus e uma maior detecção também, já que aumentamos de 30 para 120 os pontos de coleta da amostra para diagnóstico do vírus" , avaliou. Dados do ministério apontam, até o último dia 12, 159 mortes em todo o país causadas pelo vírus H1N1.
Sobre o fato de dois terços das mortes estarem concentradas nos estados do Sul do país, Padilha explicou que a região têm histórico de maior número de casos de doenças pulmonares e gripe " por ser mais fria e por ter mais pessoas idosas, tendo em vista que a expectativa de vida é maior" . O ministro informou que foram analisados os perfis das vítimas da doença em Santa Catarina. " A grande maioria era do grupo de risco, que tinha indicação para tomar a vacina, ou o Tamiflu foi administrado de forma tardia" , declarou.
O ministro da Saúde alertou que não há dispensa da receita médica para o oseltamivir. " Ele [o remédio] tem que ser receitado pelo médico e o controle é feito pela prescrição. O que nós estamos fazendo é garantir um estoque suficiente na rede pública e orientando que o medicamento seja distribuído em todas as unidades, ficando próximo [acesso] à população. Desde maio, existe Tamiflu suficiente no Sistema Único de Saúde (SUS)."
com informações da Agência Brasil