Estudo randomizado reúne evidências de que dar pílula contendo quatro medicamentos para pessoas com mais de 50 anos para cortar o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, leva a grandes quedas nos níveis de colesterol no sangue e na pressão arterial, principais causas destas doenças.
O primeiro ensaio clínico do medicamento batizado de "Polypill" foi realizado no Wolfson Institute e na Universidade de Londres, no Reino Unido. O autor sênior do estudo e inventor do nome da nova droga afirma que se metade das pessoas com 50 anos ou mais tomassem a pílula, cerca de 94 mil ataques cardíacos seriam evitados por ano, somente no Reino Unido.
O ensaio clínico do " Polypill" é o primeiro a testar um comprimido composto em participantes selecionados com base apenas na idade, sem a necessidade de ter um exame médico ou testes. Nenhum dos voluntários tinha histórico de doença cardiovascular.
A polilílula utilizada no teste é um comprimido de três camadas que contém três para reduzir a pressão sanguínea drogas (amlodipina 2,5 mg, losartan 25 mg e hidroclorotiazida , 12,5 mg) e uma para reduzir o colesterol (sinvastatina 40 mg).
O estudo teve dois períodos de tratamento. Um, quando os participantes tomaram a "Polypill" a cada noite durante 12 semanas, e outro quando passaram a tomar um placebo pelo mesmo período. Os participantes foram aleatoriamente designados para receber ou a polipílula ou o placebo durante as primeiras 12 semanas. Depois disso, eles mudaram para o outro comprimido.
Oitenta e quatro dos 86 participantes que se inscreveram no ensaio, completaram ambos os períodos.
Os pesquisadores mediram mudanças na pressão arterial de cada voluntário e a baixa densidade lipoproteína (LDL ou "mau colesterol") no final de cada período de 12 semanas.
Os resultados mostraram que com a " Polypill" os participantes experimentaram uma queda de 12% da pressão arterial e da queda de 39% nos níveis de LDL, atingindo níveis normalmente observados em apenas pessoas com 20 anos de idade. Os resultados foram quase idênticos aos previstos nas estimativas publicadas sobre os efeitos dos fármacos individuais.
"As implicações dos nossos resultados na saúde são grandes. Se as pessoas tomarem a pílula composta a partir dos 50 anos de idade, uma estimativa de 28% se beneficiaria, evitando ou retardando um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral durante a sua vida; em média, o benefício seria 11 anos de vida sem um ataque cardíaco ou derrame", conclui o investigador principal do estudo, David Wald.