Resultado de estudo com universitários descarta suposta ligação entre depressão e o tempo de utilização do Facebook entre outras redes sociais. No ano passado, a American Academy of Pediatrics divulgou um relatório sobre os efeitos dos meios de comunicação social sobre as crianças e adolescentes. O documento sugere que a exposição ao Facebook pode levar à depressão.
A pesquisa atual, conduzida na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, sugere que pode ser desnecessariamente alarmante aconselhar pacientes e pais sobre o risco de "depressão do Facebook" baseado unicamente no tempo uso da Internet.
Pesquisadores liderados por Lauren Jelenchick e Megan Moreno analisaram 190 estudantes da Universidade de Wisconsin com idades entre 18 e 23 anos, utilizando uma avaliação em tempo real de atividade na Internet e um método validado de triagem clínica para a depressão.
Os alunos foram entrevistados com um questionário composto de 43 mensagens de texto em intervalos aleatórios ao longo de um período de sete dias entre fevereiro e dezembro de 2011. Os alunos foram perguntados se estavam online no momento, quantos minutos haviam ficado conectados e o que estavam fazendo na internet.
O estudo descobriu que os participantes da pesquisa passaram mais da metade do tempo online no Facebook. Quando Jelenchick e Moreno avaliaram os dados, incluindo os resultados de rastreio da depressão, eles não encontraram associações significativas entre o uso da mídia social e a probabilidade de depressão.
"Os achados tem implicações importantes para clínicos que podem prematuramente alarmar os pais sobre os riscos causados pelas redes sociais", diz Jelenchick. Os pesquisadores destacam a importância de que os pais avaliem a utilização da internet pelos filhos sob um panorama mais global, que leve em consideração o contexto da vida desses jovens. Além disso, Moreno destaca que os pais não devem se preocupar demais se os filhos não apresentam mudanças de comportamento e de humor, sobretudo se eles possuem amigos e desempenho escolar consistente.
"Embora a quantidade de tempo no Facebook não esteja associado com a depressão, encorajamos que pais e professores sejam modelos ativos de uso seguro e equilibrado das redes sociais", diz Moreno. Estudos recentesapontam que 70% dos adolescentes usam sites de redes sociais, sobretudo o Facebook.
Os resultados foram publicados no Journal of Adolescent Health.