Cientistas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, descobriram que um hormônio natural com propriedades anti-diabéticas também pode reduzir os sintomas depressivos em camundongos.
Os resultados, publicados na revista PNAS, revelam relação entre a depressão e os nÃveis de adiponectina, especialmente para pacientes com diabetes tipo 2.
Normalmente, a adiponectina controla a queima de açúcares e gorduras. Todos os tipos de antidepressivos atuais, incluindo os tricÃclicos e inibidores seletivos da recaptação da serotonina, aumentam o risco de diabetes tipo 2.
"A descoberta oferece um novo alvo para o tratamento de depressão, e seria especialmente benéfica para os indivÃduos deprimidos que têm diabetes ou que estão em alto risco de desenvolver a doença", observa o autor sênior da pesquisa Xin-Yun Lu.
Pesquisas anteriores mostraram que a depressão é mais comum entre pessoas com distúrbios metabólicos, como o diabetes. Portadores da doença têm menor taxa de adiponectina no sangue.
Para o trabalho, os pesquisadores separaram os camundongos em dois grupos, um normal e outro com deficiência de adiponectina. Durante 14 dias, os animais foram expostos a uma situação de estresse, na qual foram derrotados por um oponente agressivo e desconhecido.
Os resultados mostraram que os ratos apresentaram sintomas de depressão, como aversão social e perda de capacidade de aprendizado. Esses sintomas foram mais fortes entre os camundongos que tinham menores taxas do hormônio.
A equipe descobriu que os animais alimentados com uma dieta rica em gordura por 16 semanas desenvolveram obesidade e diabetes tipo 2. A administração de adiponectina nesses camundongos de peso normal produziu efeitos antidepressivos.
"Estes resultados sugerem um papel crÃtico da adiponectina no desenvolvimento de comportamentos depressivos e pode levar a uma abordagem terapêutica inovadora para combater a condição", afirma Lu.