Cientistas da Universidade Técnica da Dinamarca desenvolveram um modelo computacional capaz de prever com precisão o risco de ruptura de aneurisma da aorta.
Técnica, mais precisa que abordagens atuais, mede fluxo de sangue na artéria e tensões aplicadas nas paredes do aneurisma.
Atualmente, a avaliação do risco de ruptura é baseada no diâmetro do aneurisma e de quão rápido ele se dilata. Enquanto o diâmetro máximo está abaixo de 5 e 5,5 centímetros, o risco de uma operação para sua retirada é considerado maior do que o risco de ruptura.
No entanto, existem aneurismas menores que se rompem antes de atingir os critérios de diâmetro e aneurismas maiores que estabilizam e nunca se rompem. Assim, os pesquisadores notaram que o conhecimento mais detalhado sobre as propriedades biomecânicas do aneurisma é necessário.
Para tornar isso possível por meio de um modelo computacional, Marie Sand Enevoldsen e seus colegas desenvolveram um protótipo individual para cada paciente.
O modelo computacional é baseado em técnicas de imagem médica, onde partes da imagem do aneurisma são utilizadas para reconstruí-lo e, em seguida, são avaliadas por meio de um programa que simula o fluxo sanguíneo bem como a distribuição de tensões na parede do aneurisma.
"Se considerarmos o fluxo de sangue em um vaso sanguíneo reto, o sangue irá induzir tensão na parede do vaso de uma maneira diferente em comparação com o fluxo de sangue em uma veia curvada. O mesmo princípio se aplica à aorta, assim a ' geometria' de cada paciente é importante para desenvolver um modelo realista", explica Enevoldsen.
Além de considerar o local do aneurisma, é importante alimentar o modelo computacional com outros dados como propriedades biomecânicas da parede do aneurisma e como esses fatores se alteraram significativamente com a idade.
A abordagem foi testada, até o momento, em 12 voluntários saudáveis. "Esperamos ser capazes de usar o modelo computacional no contexto clínico nos próximos dois anos", conclui a pesquisadora.