Uma estratégia desenvolvida na Universidade d Campinas (Unicamp) pode ser a chave para que pacientes não criem resistência ao tratamento contínuo contra a insuficiência cardíaca. Estudo clínico utilizando jogos de papéis (RPG, na sigla em inglês) constatou mais disposição por parte dos pacientes em aderir à terapia. Houve também melhora na qualidade de vida dos atendidos que participaram da pesquisa.
O trabalho experimental foi feito com 99 pacientes do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (SP). Fundada na simulação de uma situação próxima da vida real, o método permitiu, na pesquisa clínica, que os pacientes reconhecessem os benefícios do tratamento a partir de suas experiências prévias e dos saberes compartilhados, explicou a enfermeira. " O Jogo de Papéis é essencial como ferramenta colaborativa, na qual os participantes encontram suas próprias soluções" , explica a pesquisadora responsável pelo estudo, enfermeira Izabel Saccomann.
O estudo foi baseado em modelo teórico americano, da década de 1950, que busca compreender o fracasso na participação de pacientes nos programas de prevenção de doenças. Conforme a pesquisadora, este modelo preconiza que o paciente só vai mudar o comportamento se acreditar que as barreiras do tratamento serão superadas pelos benefícios. " Neste Programa, eu trabalhei, portanto, com os benefícios e barreiras percebidas com relação ao diurético e ao controle de peso e edemas. Com estas estratégias, conseguimos modificar algumas crenças negativas que os pacientes tinham com relação à terapia. No final dos encontros fazíamos um pacto com todos; e eles propunham tomar os medicamentos na dose e horários certos e controlar melhor o peso e o inchaço. O conhecimento dos pacientes sobre a importância da monitoração diária do peso, restrição de líquidos, diminuição do sódio na dieta e tomada de medicamentos constitui aspecto relevante para a mudança de comportamento e, consequentemente, do seu estilo de vida" , completa Izabel.
Com informações da Unicamp