A isoflavona, ácido fenólico que pode prevenir doenças coronárias e crônicas, além de ser usada na reposição hormonal pelas mulheres, pode ser encontrada no feijão. A informação é do Instituto Agronômico (IAC) de Campinas, que divulgou o resultado de um estudo inédito, feito em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), que comprovou haver no grão do tipo IAC Formoso, o equivalente a 10% do teor encontrado na soja, principal fonte da substância.
Até então, artigos internacionais sugeriam que a quantidade de isoflavona no feijão era inexpressiva. O material do IAC tem maior concentração do ácido e ainda 20% a mais de proteína quando comparado com as outras variedades de feijão. A descoberta é o primeiro passo e pode resultar em maior valor agregado ao feijão, além de servir de base para outros estudos de enriquecimento dos alimentos.
O principal alimento fonte de isoflavona é a soja. A leguminosa, porém, não é tão consumida pelos brasileiros como o feijão. " A quantidade encontrada na cultivar de feijoeiro Pérola, que é padrão no mercado, foi de 0,8 mg/grama de isoflavona, enquanto no IAC Formoso, foi de 8,92 mg/grama. Este teor é alto, pois o brasileiro come feijão e não soja" , afirma Alisson Fernando Chiorato, pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo.
De acordo com Chiorato, a explicação da presença da isoflavona no feijão pode estar na resistência ao caruncho e também ao fungo de solo, chamado Fusarium oxysporum. " Ainda precisamos estudar mais esses resultados, mas observamos quantidade elevada de isoflavona no feijão preto e em fontes relatadas como resistentes ao caruncho e ao fungo do solo. Possivelmente, quando trabalhamos nossas variedades para resistência a doenças, podemos aumentar a quantidade de isoflavona indiretamente" , afirma. No Brasil, são consumidos em média 16 kg de feijão por habitante ao ano.