Cientistas do Imperial College London, no Reino Unido, criaram um a técnica que utiliza o scanner de tomografia computadorizada para visualizar a progressão de uma infecção em 3D e em tempo real no organismo.
A abordagem pioneira vai ajudar os médicos a saber quando determinada infecção se espalhou e quando o sistema imune é ativado para eliminar as bactérias.
Para o trabalho, a equipe utilizou modelos de camundongos infectados com a bactéria Citrobacter rodentium.
Por meio da ferramenta médica, eles conseguiram visualizar as bactérias infectando o intestino delgado, recuando para uma pequena bolsa no trato digestivo e crescendo em números conforme se espalhavam para o reto e, em seguida, todo o intestino grosso.
Luz bacteriana
A técnica funciona através da medição das quantidades minúsculas de luz produzidas pelas bactérias, que se proliferam dentro do rato.
Os pesquisadores usaram uma versão geneticamente modificada da bactéria Citrobacter rodentium, que produz luz.
Em seguida, eles colocaram os camundongos infectados dentro do scanner. "É uma caixa escura que mantém os animais quentes e bloqueia qualquer outra luz além da que vem de dentro. Ele tem uma câmera no alto para que possamos medir qualquer luz que é emitida através do rato pelas bactérias", explica o pesquisador James Collins.
Os pesquisadores então utilizaram as medições para construir um mapa da localização exata das bactérias em diferentes partes do corpo. A quantidade de luz que escapa mostra quantas bactérias existem. Mais luz significa mais bactérias e se a luz começa a sumir, então isso significa que as bactérias estão sendo eliminadas.
Repetindo estas pesquisas, com o mesmo rato, dia após dia, a equipe construiu um quadro completo da infecção.
O equipamento também pode ser configurado para analisar profundamente o sistema imunitário. "Nós podemos visualizar onde as bactérias estão e que tipos de células do sistema imunológico têm sido recrutados para essa área", observa Collins.
Segundo o líder da pesquisa Gadi Frankel, a abordagem é algo que vai revolucionar a maneira como estudamos a infecção bacteriana no futuro. "Isso nos dará ferramentas extremamente importantes para desenvolver melhores vacinas e antibióticos, que nos permitam enfrentar infecções no futuro", afirma Frankel.