Das 600 chamadas atendidas diariamente na central de regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) em Sergipe, 180 são trotes. Entre os meses de março e maio de 2012, foram atendidas 16.591 ligações falsas. Um aumento que corresponde a 171% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o setor registrou 6.122 casos do tipo.
Esse acréscimo aconteceu após a unificação dos serviços da capital, Aracaju, e do estado. Desde março, uma central de regulação atende todas as chamadas de Sergipe. " Com isso, percebemos que, apesar de o número de habitantes da capital ser menor do que todo o interior, Aracaju passa mais trotes" , destacou o superintendente do Samu 192, Leonardo Coelho.
" Com base em pareceres dos técnicos auxiliares de regulação médica, profissionais que recebem de imediato a chamada, e dos médicos reguladores, a maior parte dos trotes é realizada por crianças, adolescentes e jovens, em especial, nos horários que antecedem e sucedem às aulas", frisou Leonardo.
Para a médica reguladora Renata Lima, a população é quem mais sente os prejuízos causados pela emissão de trotes. " Em função do atendimento a um trote, o cidadão que é vítima em uma ocorrência grave deixa de utilizar uma viatura de resgate para remoção ou tem o seu estado de saúde ainda mais comprometido com a chegada tardia da equipe de plantão" , frisou a médica.
Segundo o auxiliar administrativo do Samu 192 Sergipe, Fernando Antônio Ribeiro Neves, as chamadas recebidas pela central de regulação são devidamente registradas e enviadas à procuradoria da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS).
" Enviamos os números dos telefones para que sejam tomadas as devidas providências, embora não haja uma legislação específica para o tratamento desses casos. Para tentar conter a emissão de trotes, dinamizamos campanhas direcionadas para o público infanto-juvenil" , garantiu.