Comer rápido aumenta em duas vezes e meia risco de diabetes tipo 2. É o que aponta estudo apresentado no International Congress of Endocrinology and European Congress of Endocrinology, em Florença, Itália.
Equipe de pesquisadores liderada por Lina Radzeviciene, da Lithuanian University of Health Sciences, na Lituânia, comparou 234 pacientes recém-diagnosticados com diabetes tipo 2 com 468 pessoas sem a doença. Casos e controles (razão 1:2) foram pareados por sexo e idade (± 5 anos). Os participantes preencheram um questionário projetado para coletar informações sobre possíveis fatores de risco para o diabetes, no qual eles relacionaram velocidade ao comer. Também foram tomadas medidas do corpo dos voluntários (circunferência a altura, peso, cintura e quadril) de acordo com recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Após o ajuste para outros fatores de risco (histórico familiar de diabetes, educação, exercício matinal, índice de massa corporal, circunferência da cintura, tabagismo e níveis de triglicérides plasmáticos) os pesquisadores encontraram um aumento de mais de duas vezes (2,52) no risco de diabetes tipo 2 associado ao hábito de comer rápido. Estudo apontou também que pessoas que comem rápido geralmente apresentam maiores índices de massa corporal e nível de educação significantemente menor.
"A prevalência do diabetes tipo 2 parece envolver uma interação entre fatores genéticos e ambientais. É importante identificar fatores de risco que podem ser modificados, que possam ajudar as pessoas a reduzir suas chances de desenvolver a doença," diz Radzeviciene.
De posse desses resultados, a pesquisadora afirma que agora irá tentar avaliar o tipo de alimento, a quantidade de calorias e fatores psicológicos e emocionais capazes de afetar o risco do diabetes.
Estudos anteriores de Radzeviciene encontraram evidências de que o consumo de café (quatro ou mais xícaras por dia) reduz significativamente o risco de diabetes tipo 2. Os pesquisadores também descobriram que o tabagismo e consumo de ovos (mais de cinco ovos por semana) aumenta o risco.