Muitos pensam que a confiança e a certeza são mais importantes do que a incerteza quando se trata de aprender uma informação complexa. No entanto, estudo conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos mostra que a confusão durante o aprendizado pode ser benéfica se devidamente induzida, efetivamente regulada, e, finalmente, resolvida. O projeto foi realizado em parceria pelos pesquisadores Sidney D'Mello, da Universidade de Notre Dame, e Art Graesser, da Universidade de Memphis.
A equipe descobriu que as pessoas são capazes de aprender e de aplicar os conhecimentos adquiridos em novos problemas de forma mais eficaz quando são estrategicamente induzidas à confusão em uma sessão de aprendizagem de tópicos conceituais complexos.
Em uma série de experimentos, os participantes aprenderam conceitos raciocínio científico através de interações de animações computadorizadas que desempenhavam papel de um tutor e de um par de alunos.
Os agentes animados e os voluntários do estudo se envolviam em conversações interativas onde discutiam de forma colaborativa os méritos sobre amostras de estudos que eram falhas sob um aspecto crítico. Por exemplo, um estudo de caso hipotético apresentou os méritos de uma pílula de dieta, mas era falho porque não incluía um grupo controle adequado. A confusão foi induzida através da manipulação da informação que os voluntários receberam de modo que por vezes os agentes animados discordavam uns com os outros e expressam informações contraditórias ou incorretas. Os agentes, então, pediam os voluntários para decidir qual opinião teve o mérito mais científico, colocando o participante com a função de tomar uma decisão com informações incompletas e às vezes contraditórias.
Apesar da incerteza provocada pelas contradições, os indivíduos que estavam confusos fizeram pontuações mais altas em um difícil teste aplicado após às discussões e foram capazes de identificar com mais sucesso falhas em novos estudos de caso.
"Temos investigado ligações entre emoções e aprendizado por quase uma década e encontramos evidências de que a confusão pode ser benéfica para a aprendizagem se apropriadamente regulada, porque pode fazer com que alunos processem o material mais profundamente, a fim de resolver sua confusão", diz D'Mello .
Segundo o pesquisador, não é aconselhável confundir intencionalmente estudantes do ensino médio. Intervenções pautadas na confusão são mais adequadas para estudantes de nível superior que querem se desafiados com tarefas difíceis e dispostos a correr riscos de falhas .
"Também é importante que os alunos sejam produtivos em vez de desesperadamente confusos. Pela confusão produtiva, queremos dizer que a origem da confusão está intimamente ligada ao conteúdo da sessão de aprendizagem, o aluno tenta resolver a confusão, e o ambiente de aprendizagem fornece ajuda quando o estudante se esforça. Além disso, qualquer informação enganosa sob a forma de técnicas de indução à confusão deve ser corrigida durante o curso da sessão de aprendizagem, como foi feito nas presentes experiências. "
Segundo D'Mello, o próximo passo no corpo da presente pesquisa é aplicar os métodos utilizados no projeto em domínios mais tradicionais, como a física, onde equívocos são comuns.