Equipe de pesquisadores do Mount Sinai School of Medicine, nos Estados Unidos, e da Universidade da Islândia identificou correlação entre a idade em que crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) começam a tomar medicação e como elas se saem em testes padronizados, sobretudo de matemática.
O estudo, intitulado "A Population-Based Study of Stimulant Drug Treatment of ADHD and Academic Progress in Children", aparece na edição de julho da revista Pediatrics. Usando dados do Registro de Medicamentos islandês e do banco de dados de exames nacionais Scholastic, os pesquisadores estudaram 11.872 crianças islandesas nascidas entre 1994 e 1996. As crianças começaram a tomar medicação para tratar o TDAH em diferentes momentos entre quarta e sétima séries.
Resultados mostram que as crianças que iniciaram o tratamento no ano seguinte ao teste final da quarta série apresentaram 0,3% de declínio em matemática quando realizaram o teste final da sétima série, em comparação com declínio de 9,4% nas crianças que começaram a tomar a medicação entre 25 e 36 meses após o teste da quarta série.
"As crianças que começaram a tomar medicamentos imediatamente após seus testes padronizados de quarta série apresentaram menores quedas no desempenho acadêmico", diz o principal autor do estudo Helga Zoega. "O efeito foi maior em meninas do que meninos e também maior para as crianças que fizeram mal seu teste de quarta série."
Estimulantes são amplamente utilizados nos Estados Unidos como uma opção terapêutica para crianças com desatenção, impulsividade e hiperatividade associadas com TDAH. Os medicamentos são menos frequentemente usados na Europa, embora o seu uso na Islândia se assemelhe ao dos EUA. De acordo com os pesquisadores, estudos de longo prazo sobre uso de estimulantes são escassos.