Homens não têm mais facilidade para parar de fumar do que as mulheres. É o que aponta estudo desenvolvido por pesquisadores do Reino Unido.
A descoberta desafia a ideia baseada em resultados de ensaios clínicos que afirmam que homens apresentam maiores taxas de abandono do vício do que mulheres.
"Essa diferença de gênero seria importante nas estratégias destinadas a auxiliar na redução do tabagismo", observa o líder do estudo Martin Jarvis, da University College London, na Inglaterra.
Para o estudo, os pesquisadores examinaram dados de mais de 102 mil fumantes que participaram de pesquisas realizadas em 2006 e 2007 nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. A análise revelou padrões similares e consistentes em todos os três países.
Antes dos 50 anos, as mulheres são mais prováveis a abandonar o vício com sucesso, sobretudo entre fumantes de 20 e 30 anos. Já entre fumantes de 60 anos, são os homens que apresentam maior propensão a parar de fumar. No entanto, os pesquisadores observam, que isso pode se dever ao fato a maiores taxas de morte entre homens mais velhos.
Quando as taxas de abandono do vício de fumar excluíram pessoas que continuaram a usar tabaco sem fumaça e incluiu aqueles que haviam parado de fumar há mais de um ano, as taxas de abandono nos Estados Unidos foram de 50% entre as mulheres e 47% entre homens, no Canadá estes números ficaram em 46% e 43%.
O estudo foi publicado no jornal Tobacco Control.
"Nosso estudo encontrou evidências convincentes de que os homens em geral não são mais propensos a parar de fumar com sucesso que as mulheres. O mito da desvantagem feminina em parar de fumar é ruim, em primeiro lugar, para as mulheres, que podem acreditar", observa Jarvis, que continua: "também é ruim para os homens, porque eles podem pensar que estão em vantagem".