Altas doses de ginseng (Panax quinquefolius) por um período superior dois meses reduz fadiga relacionada ao câncer. É o que aponta resultado de estudo conduzido na Mayo Clinic, nos Estados Unidos, que comparou o efeito da erva com o de um placebo.
Os pesquisadores estudaram 340 pacientes que completaram o tratamento contra o câncer ou ainda estão em tratamento. Cada dia, os participantes receberam um placebo ou 2 mil miligramas de ginseng administrado em cápsulas com raiz de ginseng americano.
Em quatro semanas, o ginseng puro forneceu apenas uma ligeira melhoria nos sintomas de fadiga. No entanto, em oito semanas, o ginseng oferecido pacientes com câncer proporcionou uma melhoria significativa na exaustão geral - sensação de "desgaste", "cansaço", "preguiça" - em comparação com o grupo que recebeu placebo.
"Depois de oito semanas, verificamos uma melhoria de 20 pontos na fadiga em pacientes com câncer, com base uma escala padronizada de cem pontos", diz a pesquisadora envolvida no estudo Debra Barton, que observa que a erva não ocasionou efeitos colaterais.
Ginseng tem sido muito utilizado na medicina tradicional chinesa como um impulsionador da energia natural. Até este estudo, os seus efeitos não haviam sido testados contra a fadiga debilitante que ocorre em até 90% dos pacientes com câncer. A fadiga neste público tem sido associada a um aumento de citocinas inflamatórias do sistema imunológico, bem como à níveis mal regulados de cortisol, o hormônio do estresse. Ingredientes ativos do ginseng, chamados ginsenosídeos, têm demonstrado em estudos com animais serem capazes de reduzir citocinas relacionadas com a inflamação e ajudar a regular os níveis de cortisol.