Cientistas da Espanha desenvolveram um dispositivo capaz de, em um futuro próximo, diminuir de forma significativa a emissão de poluentes na atmosfera e, consequentemente, o número de casos de doenças relacionadas à poluição. Pesquisadores da Universidade de Jaume I relatam o desenvolvimento do que pode ser o futuro das energias renováveis. A equipe utilizou a nanotecnologia para criar um dispositivo - com materiais semicondutores -, que, em meio aquoso, consegue gerar hidrogênio de forma autônoma, utilizando unicamente a luz solar.
De acordo com informações divulgadas no site português Ciência Hoje, a tecnologia, que recebe o nome de " fotossíntese artificial" é inspirada na fotossíntese que ocorre na natureza. A produção de hidrogênio de forma eficiente utilizando materiais semicondutores e luz solar é um desafio crucial para tornar realidade uma mudança do modelo energético que se caracterize pela sustentabilidade, baseando-se em recursos inesgotáveis, na respeito ao meio ambiente e à saúde humana.
No entanto, o rendimento energético do dispositivo ainda não é suficiente para se pensar em sua comercialização. Atualmente, os cientistas exploram formas de melhorar a eficácia do dispositivo e provar que a tecnologia se configura como uma alternativa viável.
O processo
O hidrogênio é um elemento abundante na superfície da Terra, principalmente na sua forma combinada com oxigênio, ou seja, água (H2O). A molécula de hidrogênio (H2) contém muita energia que pode ser libertada quando se queima, devido à sua reação com o oxigênio atmosférico, sendo o único resíduo do processo de combustão a água.
Para converter a água em combustível (H2) tem de se 'partir' a molécula H2O, separando os seus componentes. Para que o processo se realize se forma renovável (sem se recorrer a reservas fósseis) é necessário utilizar um dispositivo que empregue a energia da radiação solar sem nenhuma outra ajuda, que produza as reações químicas que consigam partir a água e formar hidrogênio, tal como acontece nas folhas das plantas.
O dispositivo é submerso numa solução aquosa e quando se ilumina com uma fonte de luz, produz bolhas de hidrogênio. Os investigadores utilizaram uma solução com um agente oxidante e estudaram a evolução do hidrogênio produzido pelos fotões.
O desafio mais importante é compreender os processos físico-químicos que se produzem no material semicondutor e na sua reação com o meio aquoso, isto para racionalizar o processo de otimização do dispositivo.